"Sabe como a Águia ensina seu filhote a voar? A Águia faz o ninho bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e em volta o ar para sustentar as asas dos filhotes. A águia mãe empurra os filhotes para beira do ninho. Neste momento seu coração. Se acelera com emoções conflitantes, pois ao mesmo tempo que empurra sente resistência dos filhotes em não querer ir em direção ao precipício. Para eles a emoção de voar começa com medo de cair. Faz parte da natureza da espécie. Apesar da dor a águia sabe que aquele é o momento, sua missão deve se completar, mas ainda resta a tarefa final: O Empurrão. A águia enche-se de coragem, ela sabe que enquanto seus filhotes não descobrirem suas asas, não entenderão o propósito de sua vida, enquanto não aprenderem a voar, não compreenderão o privilégio que
é nascer águia, assim o empurrão é o maior presente que ela pode oferecer a eles. E seu supremo ato de amor, então empurrando um a um ela os precipita para o abismo e eles voam livres após descobrirem suas asas. Mas se ainda eles não descobrem como ela tem uma capacidade de voar em uma velocidade incrível, quase sempre, salva seu filhote a poucos metros do solo."
Quando eu era garoto, tive um professor de história chamado Marcos, nos idos de 1980. Esse professor era ousado e tinha por hábito pedir trabalhos de escola que obrigassem-nos a pensar, como por exemplo, fazer rapaduras como na época da escravidão, sem o uso de recursos modernos: Um buraco no chão, um caldeirão de barro e no maximo, usar mel açucarado para talhar o caldo da cana. As melhores notas eram as melhores documentadas e artesanais, como aquelas que usavam um monjolo, um pilão ou uma moenda feitas a mão. Bons tempos que os professores nos empurravam no abismo. Bons tempos que nossos professores eram águias. Esses são os únicos mestres que nos lembraremos por toda a nossa vida.